domingo, 4 de setembro de 2016

No frio

Eu que nunca assumi o vício na nicotina, me dei por entregue, quando acendi um cigarro para não enlouquecer em meio aos meus devaneios.
Fazendo aquele papel virar cinzas eu nunca deixei queimar até o final, como diz o livro : "é uma metáfora'. Se eu não terminasse, ele nunca terminaria comigo.
Fumaça soprada ao vento, frio que cortava a pele, deveria entrar por um casaco, largar do vício, tanto de fumar como de sofrer, não entrei, não larguei, fiquei ali, encarando um céu cheio de nuvens pesadas, que anunciavam um dia de chuva logo pela manhã. Deixei uma lágrima rolar. 
A confusão que a minha mente anda é tamanha, que não há um só segundo de paz, que eu consiga calar. Os medos e angústias vem e gritam alto de mais me dizendo que eu devo pagar pelos meus pecados.
Essa alegria não me pertence, que eu não devo ser feliz. 
O cigarro queima meus dedos, mostrando que ele está quase no fim, que é hora de apagar, seguir a metáfora e não terminar.
Que se dane.
Eu queimo até o final, até não ter mais o que queimar.
Eu terminei com ele, talvez ele não vai me terminar.

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