A cabeça girando em mil
pensamentos nefastos, insanos.
Como tal qual alma perturbada que passeia
perambulando pela noite mal iluminada.
Eu não fazia ideia da enrascada, do
trajeto sinuoso e da confusão armada.
Perigo! Gritava, com todos os sinais
claros e evidentes que não poderia acontecer sem revirar tudo a volta. Fuja!
Mandava, mas a pobre menina rebelde não ouvia, não queria.
Ela teimava, eu vou,
eu faço, não impede, não ligo, não importo.
Problema. Isso ficava para mais
tarde. Deixa assim, como está, bom, mal tanto faz. Só deixa.
Terrível medo, ah
ela tinha sim, como não ter, ela sabia se acontecesse iria se perder, perder a
razão, o chão o juízo.
Ah tantos poréns, mas nenhum que a fizesse parar valia o
risco ela proclamava depois eu penso. Mas nunca pensava.
Assim sem pensar era
melhor, mais fácil, leve, sem confusão, era o que ela achava.
Era perfeito.
Dentro de um contexto dizido, dentro da cena criada, no quarto, na cama
revirada, na bagunça dela tudo se encaixava, e àquelas horas, poucas ou muitas,
ela não ligava, era fácil, era ela, não ligava, não queria, não tentava, deixa
rolar!
Não faz mal, talvez depois eu me arrependa, depois ela poderia chorar,
horas e horas a fio sabendo da idiotice que fazia em sua total e plena
consciência, ela sabia, ela dizia.
Mas deixa pra depois, agora não importava,
ela queria as horas, os papos e tudo que vinha.
Se fosse sofrer, sofreria cabeça
erguida, peito estufado.
Mas não agora, agora era hora, ela ligava, ele
chegava.
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