Ela sentou na frente do computador sabendo exatamente o que queria escrever mas sem coragem de começar a digitar. Respirou fundo, estralou os dedos, se espreguiçou. Levantou, foi até o banheiro, voltou, bebeu mais um gole de café. E começou...
' Meu bem, eu nunca consegui, ou conseguirei lhe dizer isso pessoalmente, então é por isso que escrevo, eu não consigo mais sentir nada por você, acho que a nossa relação não está mais dando certo". Olhou para a tela em sua frente, apagou tudo o que tinha escrito. Ouviu o clique da chave na porta, era ele chegando de mais um dia de trabalho, levantando da cadeira ela deu um beijo de boas vindas e se ofereceu para fazer um jantar, ele disse que não queria, que preferia jantar fora, justo ele que odiava bares, restaurantes e afins, sem saída ou desculpa ela aceitou o pedido.
- Marla tomei muita coragem para te dizer isso.
- Isso o que ?
- Acho que a nossa relação não está mais dando certo, o sentimento está se apagando, está confuso.- será que ele havia adivinhado o que ela iria lhe escrever, a sua mente não parava de girar.
- Você não pode fazer isso
- Eu tanto posso Marla como estou fazendo
-Não o que eu quero dizer é que eu iria fazer isso, sabe antes, eu ia terminar tudo isso
-Ora Marla não faça isso, não precisa me mentir
- Não estou mentindo- por Deus ele não acreditava nela, ela tinha tentando tantas e tantas vezes por um fim em tudo aquilo e agora ele queria terminar com ela e ainda levar o crédito?, aquilo não era certo
-sabe Marla preciso ser sincero, acho que me apaixonei por outra mulher, quero ser livre para poder começar algo com ela
- Tudo bem então, considere-se livre- não havia nada melhor do que ouvir aquilo. Ela não precisava se culpar por fazer ele infeliz ou ter que aturar dramas
- Não precisa se fingir de forte meu bem, sabe foram tantos anos...
- Não estou fingindo Carlos, estou bem mesmo.
O garçom os interrompeu para servir o jantar, ambos comeram em silêncio perdidos em seus próprios pensamentos. Carlos pensando em uma maneira de ir embora logo e não magoar Marla. Marla estava tão feliz por não ter sido ela a romper tudo que mal se continha e esboçava sorrisos.
- Sabe, podemos ser amigos
- Claro Carlos, porque não?- mas ambos sabiam que não iria ser assim
- Bem Carlos meu bem, a conta será sua hoje.- Marla levantou-se pegou a bolsa e saiu. Apenas voltando para pegar as chaves do seu apartamento. Seu. Só seu, sem precisar se preocupar mais em jantares, almoços, pensando em descansar, umas férias talvez, viajar sozinha.
Carlos pagou a conta e foi para a casa da sua mãe, imaginado como seria agora e não parava de pensar.
" Pobrezinha da Marla, ficou tão triste a coitada que logo foi embora, mas tinha que ser assim"
Mal sabia ele que não foi o apartamento o seu destino final, porque agora ela era solteira não fazia mal aceitar aquele convite para um vinho daquele cara que ela conheceu no trabalho.
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