sexta-feira, 28 de julho de 2017

Ontem a noite eu desisti

enfileirei todos os comprimidos que eu tinha e um por um foi sendo engolido com um gole d'água que descia arranhando a minha garganta, enquanto meus olhos embaçados das lágrimas iam olhando pras poucas lembranças que eu queria guardar.
não deu tão certo, senão não haveria esse texto.

não foi drama, não foi pra chamar a atenção, foi porque eu não aguento mais, cada pessoa aguenta um nível de dor, por um determinado tempo, eu cheguei na minha marca.

prometi que aguentaria mais um pouco, que tentaria mais uns dias, foi o que deu pra prometer, é tudo que no momento eu posso fazer.


segunda-feira, 10 de julho de 2017

Nos últimos tempos eu ando me sentindo meio cansada sabe, esgotada, desgastada, exausta, e de saco cheio.
Resumindo eu ando meio emputecida (sim isso também é um estado de espírito) com muita coisa e muitas pessoas. Eu sou daquele tipo de pessoa sonhadora, que pensa em tudo e mais um pouco. Basta um dia de chuva e uma playlist mais sentimental e eu consigo reorganizar meus pensamentos e várias outras coisas dentro de mim. Nesses últimos meses, passei por tanta coisa diferente e disso eu acabei tirando algumas regras básicas (ou não) para minha breve e leve sobrevivência, são tantas as conclusões que eu pude chegar, que sublinhei e marquei com aquelas canetas coloridas e fosforescentes para não me esquecer. 
Então vamos lá:
- Não perdoar tanto, nem a todos;
- Não me culpar e nem relutar;
- Não tomar as dores do mundo para mim;
- Dançar conforme a música; e falando em música, sempre, sempre que puder escutar aquelas que você gosta, mesmo que não toquem mais desde de 2000, não precisa ser música nova para ser boa.
- Ser mais solta, mais livre, e me deixar levar pelo ritmo que o meu coração mandar, mesmo que pareça loucura.
- Sorrir mais.
- Fazer mais piadas, mesmo que sem graça;
- Fazer pelo menos uma pessoa rir por dia.
- Não me aprisionar à coisas nem as pessoas - nada melhor do que não ter compromisso com o orgulho e com posse.
- Falar mais abobrinhas. Sim, abobrinhas! E não enche o saco ta!
Parei de me preocupar com a falsidade que corre solta por aí, com quem fica ou com quem resolveu ir. Eu sei quem eu sou, o que eu sinto e o que me faz bem ou mal, e para mim assim tá ótimo. Quero viver mais. Preciso viver mais, para anteontem entendeu? Te soa ridículo? Estupido? Ou até mesmo repetitivo?  
Bom ta aí, uma nova definição para mim; sou repetida, estúpida, e ridícula e mais o que quiserem que eu seja. Não devo e nem ninguém me deve nada. Somos livres- de tudo que aprisionar, de desculpas, de ressentimentos e jogos de poder. Do mesmo jeito que somos livres para partir sem ao menos dizer adeus, como somos livres para ficar sem guardar silêncios amargos (mal) ditos. Estou passando a minha vez, deixando vencer. Estou me convidando a me retirar. A ir embora.
Nada melhor do que andar de mãos dadas comigo mesma. Só eu, sem mais ninguém, sem mais nada, sem bagagens do passado, sem peso do futuro, só eu e minha paz de espírito. 

Sou feliz do meu jeito, amando sem esperar nada em troca. Isso me basta. E se me basta ninguém tem nada com isso.

quinta-feira, 6 de julho de 2017

se eu nunca mais te ver

não esqueço do teu gosto,
muito menos do teu rosto
talvez seja esse meu desgosto
do do teu sonho de consumo:
eu sou o oposto
Eu precisava de um trago forte
um cigarro aceso
e de uma boa noite de sono.

não tinha mais onde beber
tinha parado de fumar
e a insônia não me deixava
parar de chorar

devagarinho

e a gente morre um pouquinho

a cada palavra não dita
a cada choro engulido
a cada risada fingida

e a gente morre um pouquinho

a cada sonho perdido
a cada coração machucado
a cada alma partida

e a gente morre um pouquinho

a cada pensamento calado
a cada desejo negado
a cada noite sozinho

e a gente morre um pouquinho
de pouquinho, em pouquinho
até não ter mais sentido