Sentada na escada de casa, olhava para um céu que ia se colorindo aos poucos.
Saindo do negro da noite, passando pelo cinza, e ganhando aquelas cores lindas do amanhecer.
Azul fraquinho, alaranjado forte e vibrante, e um rosa tão delicado que nem parecia querer ser notado.
E como o dia que ia amanhecendo, eu ia percebendo aos poucos como a minha vida tinha entrado em uma órbita que não fazia nenhum sentido, e seguia para um destino que eu não tinha o mínimo controle.
Das voltas que o mundo andava fazendo, eu me desequilibrei em várias delas, tropecei, fui ao chão. Conheci as dores de perto e quase não aguentei a solidão.
Fui aos meus limites mais profundos, conheci os meus demônios mais discretos, fiz amizades com meus pesadelos e medos, e descobri que nem todo mal que habita em nós deve ser mantido em segredo.
Não fui a filha perfeita, nem a amiga perfeita. Não fui a esposa perfeita, nem a namorada, nem ficante, eu não fui nada perfeita. Dessa vez eu mostrei o lado complicado de ter que lidar comigo, só ficou quem de verdade aguentou a barra, e olha, foram poucos, mas esse poucos valem mais.
Eu não fui quem queriam que eu fosse.
Eu descobri outros mundos, fiz coisas erradas que me libertaram.
Eu fui perfeita.
Cem por cento, pra mim
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