sexta-feira, 28 de outubro de 2016

Ah se eu pudesse contar esse segredo;
Que te amei em desejo
e por fim
depois da coragem
eu ganhei um beijo 

domingo, 23 de outubro de 2016

... é isso que a gente faz, dá a quem amamos o poder de nos destruir. Caímos muito além de qualquer abismo e nos esfarelamos no impacto contra o chão.

sábado, 22 de outubro de 2016

Vai Chover

- Vai chover. - ela disse, sentada perto da janela, olhando para fora com uma cara de preocupada, enquanto soprava o seu café com a intenção de esfriá-lo.
- Acho que não - olhei para as nuvens na mesma direção que ela. - Acho que vai ficar nesse estado o dia inteiro e nada de água.
Terminei de mexer meu café em silêncio, ela comendo delicadamente uma variedade de frutas, o rosto ainda demonstrava uma certa preocupação, seguido de rápidos olhares para as nuvens, como se a chuva fosse atrapalhar seus planos. Meu café começou a ficar frio, então tomei rápido em um único gole.
- Preciso ir.- disse já me levantando e levando minha xícara até a pia- tenho que passar em alguns lugares, e tem que pagar a mensalidade da escola da Gabi, tem aqueles materiais que você me pediu pra pegar e eu esqueci, então vou ir antes do trabalho.
- Passa na sua irmã, tem uma caixa lá que ela quer trazer aqui- tomando a xícara das minhas mãos e começando a lavar, continuou falando, apesar de ainda estar olhando pela janela- você chega antes da uma para o almoço?
- Chego, passo e pego a Gabi no futebol, o que você acha?- ela concordou com a cabeça, e deixando a louça de lado, secando as mãos, continuava.
- Pode ir, eu termino aqui, depois vou levar o Pedro fazer as vacinas e passar no mercado- me olhando ela pediu:
- Pegou as chaves? Casaco? Carteira?- eu só ia concordando a cada pergunta, dei um beijo naquela boca suave que me fez apaixonar por uma mulher forte enquanto recitava uma poesia na escola, fui saindo, quase em cima do horário e chegando no carro, ouvi ela da porta com sua voz de mãe autoritária.
- Espera,- veio correndo até mim, entregando um guarda- chuva, ordenou:
- Leva! Vai chover.
Meu Deus, eu amava aquela mulher.

quinta-feira, 20 de outubro de 2016

Enfim

O som do blues invade meu quarto em um volume levemente baixo para não incomodar os vizinhos, afinal ninguém precisa apreciar meu gosto musical.
E uma vontade louca de ir pra casa mesmo estando dentro de casa me invade.
Me sinto perdida e sem rumo, não sei mais onde me encontrar.
Os dias amanhecem e escurecem sem sentido nenhum, e cada vez mais eu me sinto vazia.
É como uma casca vazia perambulando pelos caminhos tortos de uma vida confusa.
Aconteceu algo que eu temia.
Eu desliguei.

segunda-feira, 17 de outubro de 2016

Acho que vou enlouquecer

Coisas que eu nunca vou te contar, nem mesmo bêbada:

  1.  Olhar dentro dos teus olhos me deixam calma.
  2.  Eu não sei quando me apaixonei por você, mas lembro da sensação da primeira vez que te vi, e talvez aquilo seja algo que eu nunca vou saber descrever.
  3.  Quando você sorri meu mundo para.
  4.  Puxo assunto, mesmo tolos, porque ficar sem falar com você me deixa triste.
  5.  Falar com você me deixa nervosa.
  6.  Penso em você todas as noites, naqueles últimos cinco segundos antes de cair no sono.
  7.  Você é a pessoa que eu penso em ligar quando fico bêbada, mas não ligo.
  8.  Talvez você seria a pessoa que acalmaria o furacão que é a minha vida.
  9.  Todos os dias lembro de te esquecer.
  10.  Não vou mais insistir nisso.
  11.  Reciprocidade não se cobra.
  12.  Só quero te ver feliz.
  13.  Eu sou uma granada sem pino e não quero explodir nas suas mãos.


Boa noite, te encontro nos meus sonhos.




domingo, 9 de outubro de 2016

de todos do mundo, queria que fosse você

Nunca me faltou amor, nunca.
Já fui amanda de tantas maneiras que perdi a conta. Senti amor, ganhei amor, retribuí algumas vezes, eu sempre tive quem me amasse.
Eu nunca fui amor, não de verdade. Por mais amores que eu tenha recebido eu nunca consegui dar amor, não como alguém merece ser amado, com deve ser.
Sou estranha e cheia de manias que me fazem retrair quando o sentimento cresce a ponto de eu ficar ponto por ponto nas mãos de alguém.
Não quero sofrer por amor, longe de mim, por favor. Mas de todos os amores que já ganhei, queria alguém que entendesse minha forma estranha de amar aos poucos, como alguém que abre devagarzinho um presente com certo receio do que pode ser.
Preciso amar aos pouquinhos, deixando descobrir como vai ser, me permitindo descobrir todas as sensações e por fim sentir que posso cruzar as linhas que me limitam.
Amar não é tão fácil assim, pelo menos pra mim.
Preciso aprender a amar, gostaria que fosse você à me ensinar.

terça-feira, 4 de outubro de 2016

Hora de me acalmar

Hoje já não corro mais a duzentos por hora em busca daquela sensação que te encontrar me proporciona, aprendi a contentar-me com apenas te ver passar e sentir teu perfume de longe. 
Já me tornei especialista em te observar de um lugar que você não veja, decorei teus sorrisos sem jeito, teu jeito de falar e o modo que mexe no cabelo. 
Fiquei fascinada na cor dos teus olhos, que me lembram ao inverno, que por sinal é minha estação favorita.
Lembro dos teus jeitos e suspiro, já me consolei em saber que será assim. 
Hoje já não corro mais a duzentos por hora em busca do teu toque, desisti de buscar teus beijos, esses que devem ter sabor de fruta proibida.

Lá longe

Você me fodeu.
Você me fodeu muito, e nem é do jeito bom que eu tô falando.
É daquele jeito que você fica meio sem rumo, depois de bater forte a cabeça.
Você mudou o nome da minha vontade, e que vontade louca de estar com você.
Eu nem queria te beijar, só queria passar horas e horas falando sobre tudo e sobre nada, com aqueles teus olhos me fitando como se compreendesse a minha alma.
Você trouxe uma enxurrada de sensações e sentimentos que eu nunca pensei que eu pudesse sentir de novo.
Você me mostrou que sentir algo por alguém é muito mais do que ter vontade de ficar junto daquela pessoa.
Mesmo de longe, te olhar é como ver o sol saindo de trás das nuvens num dia nublado.
E é de longe que eu sinto, como um aluno de artes observa um quadro famoso num museu, sonhando em poder fazer igual, mesmo sabendo que nem sempre o que queremos é o que vamos ter.