sábado, 24 de outubro de 2015

Amiga

-Eu mudei mesmo!
Essa foi a minha resposta a aquela tão famosa frase dos amigos que somem: 'Nossa como você tá diferente'
Mudei mesmo ué. Passou quase um ano, achou que eu ia ta lá paradinha como se a minha vida desse pause só porque decidiu sair dela?
To diferente mesmo, e não é só por fora, não é só a cor do cabelo, o corte mais curto, as roupas, ou as tatuagens as mais, não.
Mudei meus conceitos, minhas idéias, meus ideais, mudei meus projetos, minhas prioridades.
Larguei mão de ser besta sabe como é? Se não sabe, acho que ta na hora de descobrir.
Parei pra verificar, e percebi que o mundinho de bebedeiras, ressacas, festas, loucuras e desconhecidos é bom sim, é maravilhoso na verdade, mas somente durante um tempo, chega um dia, quanto mais cedo melhor, que as festas são boas, mas só depois de uma semana árdua de  estudos e trabalhos, que acordar de ressaca é um pé no saco, melhor mesmo é acordar disposto a um dia de domingo ao lado da família, porque festa tem todo sábado, domingo em família não dura pra sempre.
Transformar desconhecidos em conhecidos é empolgante, mas conhecer cada detalhezinho sobre uma pessoa, seus medos, segredos e afins é muito mais divertido, aquela tão famosa intimidade não é tão assustadora como pensei, é até reconfortante no final do dia, lavar louça a dois e rir de um programa bobo na televisão.
Não ligo mais por você ter saído da minha vida, quando eu decidi diminuir as festas, para comprar uma casa própria, ou não sair no domingo de noite, pra estudar para o vestibular daquela baita faculdade federal que eu queria, e consegui diga-se de passagem, a culpa não é minha se eu mudar não coube na sua cabecinha, mas enfim você saiu da minha vida porque quis.
Não eu não toquei nossa amizade por um relacionamento, eu tenho sim um namorado/marido, mas olha em volta, ainda tenho muitas amigas, talvez não tantas como você, mas as minhas não somem se eu desistir de ir na balada.
Bem eu mudei, tava na hora sabe, eu prefiro assim, as vezes dá saudade das festas insanas e sabe o que eu faço?
Me arrumo bem, coloco aquele saltão, aquele batom vermelho, o perfuminho básico, chamo o maridão, pego aquela graninha que não vai faltar pra outra coisa, porque o legal de ser adulto é saber controlar suas finanças, e vou para uma festa insana, bebo, danço, dou risada e me divirto, e o mais incrível, com o marido ali do lado, se divertindo também e quando eu acordo de manhã, toda descabelada, ele ta ali do meu lado, rindo do meu tombo ou simplesmente segurando meu cabelo pra vomitar( afinal quem nunca né?), é isso querida, ter um relacionamento estável não muda em nada na hora da festa, mas muda as prioridades, isso significa crescer.
Mas toda vez que eu encontro você, eu sei que vou ouvir: "Nossa como você ta diferente" , eu vou sorrir e responder: "Sério? Não percebi não, e alias você tá igualzinha"

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Eu que já amei muito em poucos anos de vida, comecei a me sentir vazia.
Sentindo constantemente uma saudade de alguém que talvez nunca conheci, ou conhecerei.
Sinto falta de momentos que estou deixando de viver, por barreiras impostas.
Parece que no meio de tanta coisa que foi acontecendo, eu acabei me perdendo aos poucos.
Não me conheço, muito menos reconheço, não entendo quem eu quero ser e porque eu mesma me impeço disso.Uma grande nostalgia, misturada com a boa e velha melancolia, tem sido a receita diária que eu sigo, uma dieta bem balanceada:

- Pela Manhã:
 Uma boa dose de cansaço mental;
Umas boas horas gastas em trajetos desgastantes;
Uma dose equilibrada de risos e alegria, acompanhado de uma gigante culpa indefinida.

-Pela Tarde:
Se possível, não manter contatos sociais e dormir o máximo que der.

-Pela Noite:
Doses de irritação pela falta de tato e desconfiômetro das pessoas em volta;
Isolação por meio de desculpas de prazos para entregas de trabalho curto;
Uma dose generosa de melancolia, misturada com desespero por não saber como agir
Grandes volumes de lágrimas derramadas, durante o banho para ninguém ver.

Resultado previsto: uma vida de merda, mas com lindos sorrisos fingidos.

Porque, na verdade, ninguém liga.